Caderno
O que o idosos podem esperar dos políticos?
Oito candidatos à prefeitura de Pelotas falam sobre políticas públicas para os idosos
Carlos Queiroz -
É princípio básico do Jornalismo: garimpar a notícia onde está o interesse social, onde reverbera a voz do coletivo. Neste sábado (27) quando se completa mais um ciclo destes 126 anos de história, o Diário Popular traz Caderno Especial com o alvo em cidadãos da Melhor Idade que, em 2050, devem representar mais de um terço da população de Pelotas. São relatos de coragem, de ânimo e de grande valor pela vida. É um convite à reflexão sobre a sociedade que queremos.
Neste cenário, portanto, o Diário Popular cumpre seu papel e traz a palavra dos oito candidatos à prefeitura. Oito personalidades que buscam ter nas mãos o compromisso de governar o município, referência para toda a Zona Sul do Estado. E projetar o futuro é também enxergar - e respeitar - este idoso com o peso que ele tem ainda que, eventualmente, não vá às urnas em 2 de outubro. É o que você lê a partir de agora.
Paula Mascarenhas - (PSDB, PMDB, PTB, PSD, PPS, PSB, SDD, PSC, PV, PRB e PR)
Três medidas teriam reflexo direto na Terceira Idade. Mas não apenas entre eles - argumenta a vice-prefeita. A criação de um Centro de Convivência, com profissionais habilitados a trabalhar com diferentes públicos, como idosos, dependentes químicos e autistas seria uma das principais ações a serem implementadas. A Farmácia Itinerante, para facilitar o acesso à medicação de uso contínuo e controlado na zona rural - nos moldes do que já ocorre com as farmácias distritais - também está nos planos. O Consultório de Rua, referência em várias cidades brasileiras, também poderia ser mais um braço a estender suporte de médicos, enfermeiros e assistentes sociais a pessoas em extrema situação de vulnerabilidade social. “Sabemos que hoje os idosos representam 15% da população de Pelotas. Por isso, queremos manter e ampliar ainda mais os serviços que já temos.”
Míriam Marroni - (PT e PCdoB)
Dados estatísticos e epidemiológicos comprovam este novo momento, que coloca os idosos no centro da pauta da pós-modernidade - argumenta a psicóloga. É um desafio, portanto, a ser enfrentado pelas cidades, que precisam pensar em políticas públicas que contemplem este novo personagem, com expectativa de vida cada vez maior. A implementação de um programa especial batizado de Estagiário Sênior compõe o plano de governo, mas avaliações da legislação irão apontar como estes homens e mulheres poderiam continuar compartilhando seu conhecimento, sem precisar trabalhar por 40 horas semanais. A importância da troca de experiências em grupos nas Unidades Básicas de Saúde (UBSs) e nos Centros de Referência de Assistência Social (Cras) e a prática de exercícios também são destacadas. “Queremos valorizá-los, como cidadãos importantes e participativos que são.”
Jurandir Silva - (PSOL e PCB)
Um capítulo especial do programa de governo é voltado à acessibilidade e à cidade democrática, onde todos consigam se locomover, tanto pessoas com deficiência quanto aqueles que possuam algum tipo de limitação devido à idade. A coligação Pelotas Merece Mudanças se compromete em adaptar os prédios públicos para garantir o acesso. O transporte público também será alvo de ações fortes da prefeitura, com fiscalização às empresas que integram o Consórcio. “Precisamos rediscutir a questão da licitação e buscar mecanismos de controle social e público”, resume e destaca a necessidade de medidas que assegurem qualidade de vida aos idosos.
Fábio Tedesco - (PROS)
Trazer para a prefeitura a responsabilidade de investimentos à Melhor Idade é uma das metas de governo, se possível, com envolvimento da família. “Observamos que, em geral, esse público não é atendido da maneira que deveria. Tornam-se um incômodo”, lamenta e faz questão de enfatizar o fato de ser filho da assistente social Terezinha Tedesco, que fundou parte dos grupos de idosos de Pelotas. Nessa linha, portanto, defende a criação de um Centro de Convivência, um Clube da Melhor Idade, que reúna atividades, como hidroginástica e ginástica laboral e ofereça atendimentos com profissionais, como oftalmologistas, dentistas e nutricionistas e foco especial aos cidadãos de baixa renda.
Ledinei Santana - (PMN)
A principal medida de governo será intensificar fiscalizações que façam valer legislações que já existem, com um olhar que passa por vários temas. “As calçadas têm bueiros abertos, pisos soltos e buracos. Têm muitas pessoas que caem e se machucam. Os donos dos prédios têm que arrumar”, defende Ledinei Santana. O respeito à prioridade no atendimento de idosos em estabelecimentos públicos e privados e a qualidade dos serviços no transporte coletivo ganharão destaque. Um roteiro de fiscalização em casas geriátricas também está previsto.
Anselmo Rodrigues - (PDT, PP, DEM, PHS, PSDC, PTN, PTC e REDE)
O ex-prefeito de Pelotas fez questão de enfatizar que o Centro de Integração da Criança e do Idoso (Cici) foi inaugurado em seu governo, na década de 1990. “Isso tudo vai voltar, com alimentação, assistência social e atendimento médico.” Um cadastro, através do Programa Estratégia Saúde da Família (ESF) deverá garantir que os idosos com dificuldade comprovada de se deslocar à Unidade Básica de Saúde (UBS) possam receber a medicação sem sair de casa. Como médico, assegurou que a Saúde será prioridade, principalmente, no campo social, com investimentos em alimentação de qualidade e acesso a remédios.
Flávio Souza - (PTdoB)
O lema da campanha Uma Cidade Humana já demonstraria a preocupação com os idosos. E, nesse contexto, a Saúde - com foco preventivo - será prioridade, através da criação de uma Unidade Geriátrica, que pudesse evitar a procura e a permanência no Pronto-Socorro de Pelotas (PSP). Um olhar dirigido à acessibilidade e ao transporte coletivo, além de investimentos em Centros de Lazer também estão nos planos. “Queremos procurar entidades, como o Conselho do Idoso, para que eles nos coloquem as demandas com mais legitimidade. Entendemos que o Conselho pode ser um aliado da administração”, destaca Flávio Souza.
Marcos Marchand - (PEN)
Um grande estudo deve ser desencadeado para definir todas as políticas que poderiam assistir o idoso. O apoio às associações também é cogitado. “Não é aceitável deixar seu idoso de lado. Eles precisam de um carinho especial”, resume e, por várias vezes, faz referência aos cuidados com a mãe, de 80 anos, e com a avó materna, já falecida. Marco Marchand também traçou paralelo com a necessidade de investimentos na infância, mas argumentou que, entre os pequenos, mesmo que acolhidos em instituições públicas, há perspectiva de vida longa pela frente. “Eles ainda têm chance de ter um lar, de ser adotados.”
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